Nossa entrevista é com um dos maiores expoentes da Luta Greco Romana Paulista e Brasileira, Gil Leon.
1. Como foi a sua iniciação na Luta Olímpica ?
Minha iniciação na luta olímpica foi aos 16 através de um
amigo, que convidou para conhecer esse esporte que ele havia conhecido há
algumas semanas e estava gostando demais, nesta época gostávamos de praticar
atividade física, principalmente treinos com pesos em uma academia improvisada
num porão, e a ideia era que com a luta, ficaríamos ainda mais fortes.
2. Faça uma análise da sua trajetória como Lutador de Greco Romana.
Considero que minha
trajetória não foi exatamente como eu gostaria, por não alcançar os resultados
que achava que poderia, e não participar de eventos que sonhava, ainda assim
sei que sempre fiz o meu melhor, e se não alcancei os objetivos que esperava, é
por que não era para acontecer. Mas também há coisas que me orgulho muito, como
sempre jogar limpo com meus adversários, minha dedicação nos treinos, o amor
pela luta, e todos os amigos que fiz no esporte.
10 Títulos de Campeão Paulista. 2 Títulos de Campeão Brasileiro, Prata Sulamericano em 2011 e Bronze Panamericano em 2015.
3. Em relação aos treinos, como Você pode definir os momentos de treinar: técnica, tática, psicológico ou parte física ?
Os momentos para treinar:
Psicológico, considero uma das coisas mais importantes no
processo de treinamento, desde o primeiro minuto de treino até a hora da
competição, desenvolvendo autoconhecimento, conhecendo seus pontos forte e
fracos, se motivando a cada minuto, usar os pensamento a seu favor, filtrando e
utilizando apenas o que for positivo para seu crescimento como atleta/pessoa.
Técnico/Tático/Físico estes domínios se complementam no
treinamento, primeiro se aprende a técnica da forma esperada (Técnica), depois,
como aplicar em situação de luta, qual a preparação para essa técnica ser
aplicada (Tática), e por fim, a velocidade ou força com que ela será aplicada
(Físico), e dentro do processo de treinamento, todos os aspectos serão
trabalhados, respeitando a individualidade de cada atleta, cada um precisa mais
de uma coisa que outro, e isso deve ser percebido pelo treinador.
Quanto as distribuições de cargas de treinamento, pensando
em desenvolvimento humano, na infância deve-se aprender muita técnica/tática, e
uma parcela pequena a parte física, e ir aos poucos invertendo estas
proporções, até que o atleta se encontre na fase adulta, onde a proporção de
preparação física, é maior que a técnica, e isso não quer dizer que o atleta
ficará 5 horas por dia na sala de musculação, e sim, que utilizará de suas
técnicas e táticas, para desenvolver as capacidades físicas e demandas
necessária do esporte.
4. Quais são as suas perspectivas para a Luta Greco Romana brasileira ?
A luta Greco Romana brasileira vivenciou uma grande evolução
nos últimos anos, com a vinda de treinadores Cubanos (referências mundiais no
esporte) ao Brasil, e também com o aumento da participação em treinamentos e
competições internacionais, porém ainda há um grande atraso em comparação aos
países tradicionalmente fortes, acredito que por falta de organização, de
projetos que aumentem o número de praticantes, clubes que invistam na
modalidade, interesse midiático na modalidade. Apesar de termos atletas muito
talentosos que por sua força de vontade se destacam internacionalmente, ainda
demoraremos muitos anos para que a luta se consolide no cenário mundial.
5. Atualmente quais são os grandes nomes da Greco Romana Mundial ?
Os grandes nomes da luta Greco Romana mundial,
disparadamente o atleta mais destacado dos últimos anos Mijain Lopes 130kg
(CUB) 3x campeão olímpico;
Roman Vlasov 77kg (RUS), bicampeão olímpico;
Artur Aleksanyan 97kg
(ARM), Campeão olímpico e mundial;
E diversos outros atletas como Ismael Borrero (CUB), Shinobu
Ota (JPN), Davor Stefanek (SRB), David Chakvetadze (RUS), Zhan Beleniuk (UKR).
Já na lista dos atletas promessas
temos o americano Kamal Bey campeão mundial júnior 2017, e vem se destacando em
torneio internacionais. Também Akzhol Makhmudov, do Quirguistão, campeão
mundial cadete em 2016, apresenta um bom nível técnico, e sempre faz luta
empolgantes, como não podia faltar nosso representante brasileiro Joílson
Junior, Bicampeão pan-americano Junior, atleta com ótimo nível técnico, e que
representa o Brasil na categoria até 67kg.
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